BLUESKY: A REDE SOCIAL DESCENTRALIZADA QUE ESTÁ A GANHAR TERRENO NO BRASIL

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O Bluesky tem chamado a atenção como uma alternativa ao Twitter, especialmente após a proibição do Twitter no Brasil em setembro de 2024. Embora partilhe várias semelhanças com o Twitter, o Bluesky distingue-se pela sua base tecnológica descentralizada, o que pode representar uma mudança no panorama das redes sociais.

O Que é o Bluesky?

O Bluesky é uma plataforma de rede social baseada no protocolo de transporte autenticado (AT), uma tecnologia descentralizada que permite maior controlo dos dados pelos utilizadores. Ao contrário do Twitter, que opera como um sistema fechado e centralizado, o Bluesky faz parte de uma federação de redes que interagem entre si. Isso permite que os utilizadores migrem os seus dados, perfis e contactos para outras plataformas que utilizem o mesmo protocolo.

Origens do Bluesky

A plataforma surgiu em 2019, financiada pelo próprio Twitter, que pretendia criar um novo padrão aberto e descentralizado para as redes sociais. Em 2021, Jay Graber, ex-desenvolvedor da criptomoeda Zcash, assumiu a liderança da iniciativa, tornando o Bluesky numa organização independente em 2022. Após o lançamento beta em 2023, a plataforma rapidamente ganhou popularidade, especialmente após a proibição do Twitter no Brasil, acumulando 9,7 milhões de utilizadores até setembro de 2024.

Como Funciona o Bluesky?

A experiência do utilizador no Bluesky é bastante semelhante à do Twitter, com funcionalidades como comentários, gostos e repostagens. No entanto, apresenta diferenças subtis, como um limite de 265 caracteres por publicação. Com atualizações frequentes, o Bluesky tem vindo a adicionar novas funcionalidades, incluindo mensagens diretas e feeds personalizados.

Uma das inovações mais notáveis do Bluesky é a introdução de "pacotes iniciais", que permitem aos utilizadores convidar outros para a plataforma e recomendar feeds específicos. Além disso, foram introduzidos recursos anti-toxicidade, como a capacidade de bloquear interações indesejadas e ocultar respostas.

A Revolução do Protocolo AT

A verdadeira inovação do Bluesky reside no seu protocolo AT, que permite que qualquer pessoa ou empresa crie a sua própria rede social descentralizada. Ao contrário das plataformas tradicionais, que controlam os dados dos utilizadores, o protocolo AT dá poder aos utilizadores para gerir os seus próprios dados e interagir com outras redes. Isto poderia, eventualmente, resultar numa rede de plataformas sociais interligadas, onde os utilizadores têm total controlo sobre os seus dados.

Vantagens do Bluesky

  • Portabilidade: Os utilizadores podem transferir perfis e dados de uma plataforma para outra sem perder seguidores ou conteúdos, algo impossível nas redes sociais tradicionais.
  • Transparência: A moderação e os algoritmos são personalizáveis, permitindo aos utilizadores escolher como querem ver o conteúdo e controlar a sua experiência.
  • Segurança de Dados: O protocolo AT protege os dados dos utilizadores contra o controlo de grandes corporações ou governos.

Desafios e Perspetivas Futuras

Embora o Bluesky tenha potencial para revolucionar as redes sociais, a sua base de utilizadores, com cerca de 9,8 milhões, ainda é pequena comparada com gigantes como o Twitter, que conta com 353 milhões. Contudo, com o apoio financeiro e o crescente interesse, a plataforma pode crescer rapidamente.

O Bluesky e outras plataformas descentralizadas como Mastodon e Threads representam um avanço no desenvolvimento de redes sociais transparentes, abertas e controladas pelos próprios utilizadores. O futuro das redes sociais pode estar no equilíbrio entre descentralização e facilidade de uso, algo que o Bluesky procura concretizar.
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