Recentemente, o Observatório Europeu do Sul (ESO) anunciou um marco significativo na astronomia: o Telescópio Event Horizon (EHT) conseguiu captar as imagens mais nítidas já obtidas de buracos negros supermassivos. As observações focaram-se nos buracos negros M87* e Sgr A*, e utilizaram uma rede global de telescópios, incluindo o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), para alcançar este feito.
A Revolução do Telescópio Event Horizon
O Telescópio Event Horizon não é um telescópio comum; trata-se de uma colaboração internacional que interliga diversos telescópios e radiotelescópios espalhados pelo mundo. Esta rede cria um sistema gigantesco, essencialmente transformando a Terra num único telescópio de enorme capacidade de resolução. Em 2019, o EHT já havia impressionado o mundo ao revelar a primeira 'fotografia' de um buraco negro, o M87*, uma imagem que ficou gravada na história da ciência.
Novas Observações e Avanços na Resolução
Nesta nova fase de observações, a equipa do EHT adotou uma abordagem inovadora para aumentar a resolução das imagens. Em vez de construir telescópios maiores, que seria a solução tradicional, os cientistas utilizaram uma técnica de observação com comprimentos de onda menores, especificamente a uma frequência de 345 GHz. Esta técnica permitiu a captura de luz proveniente dos centros de galáxias distantes com um detalhe sem precedentes.
Alexander Raymond, um dos principais autores do estudo, explicou que as primeiras imagens obtidas pelo EHT, a 1,3 mm de comprimento de onda, ainda apresentavam um anel brilhante algo desfocado. Esse anel é formado pela curvatura da luz devido à intensa gravidade do buraco negro. Com a nova técnica, as imagens ganharam maior nitidez, abrindo novas possibilidades para o estudo destes fenómenos cósmicos.
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