A Boeing, uma das gigantes da indústria aeroespacial, enfrenta uma crise na sua divisão espacial que pode culminar na venda da United Launch Alliance (ULA), a empresa que gere em conjunto com a Lockheed Martin. A decisão surge após a cápsula Starliner ter falhado em cumprir a sua missão, deixando dois astronautas retidos na Estação Espacial Internacional (ISS).
Astronautas Retidos na ISS
Em junho de 2024, os astronautas norte-americanos Butch Wilmore e Suni Williams partiram numa missão de oito dias a bordo da cápsula Starliner. No entanto, devido a falhas técnicas, a missão sofreu um revés significativo, resultando na permanência prolongada dos astronautas na ISS. O regresso dos mesmos, inicialmente previsto para poucos dias após a missão, foi adiado para fevereiro de 2025. A solução encontrada foi o retorno a bordo da cápsula Crew Dragon da SpaceX, uma medida que sublinha a gravidade dos problemas enfrentados pela Starliner.
Venda da United Launch Alliance
De acordo com um relatório recente, a Boeing está em negociações avançadas para vender a ULA à Sierra Space, uma empresa que está a desenvolver o avião espacial Dream Chaser. A venda, que poderá atingir os três mil milhões de dólares, permitiria à Sierra Space acelerar o desenvolvimento do Dream Chaser, enquanto a Boeing se concentraria noutras áreas do seu negócio, mantendo, no entanto, a sua divisão aeroespacial e de defesa.
Contexto da Crise
Embora os problemas com a Starliner tenham intensificado as dificuldades, a Boeing já considerava a venda da ULA há vários anos. A ULA, fundada em 2006, teve inicialmente como objetivo manter o domínio no mercado de lançamentos espaciais. No entanto, a concorrência da SpaceX, com os seus foguetões reutilizáveis que reduziram significativamente o custo dos lançamentos, alterou drasticamente o cenário competitivo.
Futuro da Starliner e Confiança da NASA
Apesar das adversidades, a NASA mantém alguma confiança na Starliner como uma alternativa viável para futuras missões, desde que os problemas técnicos sejam resolvidos. A agência espacial norte-americana considera que a Starliner ainda pode desempenhar um papel crucial, mas para isso, a Boeing terá de superar os desafios atuais e garantir a fiabilidade da cápsula.